segunda-feira, 12 de março de 2012

Ela o empurrou e o encarou. Não era mais o mesmo
Não eram os mesmos.
Os erros mudaram... A felicidade também mudou
O olhar cerrou para as coisas simples
E o sorriso amarelou aos poucos, até deixar transparecer a infelicidade
Ela o empurrou mas não tinha propósito
Não tinha o que fazer com aqueles braços soltos que não sabiam como abraçar
Então empurrou
Ele a olhou... não soube o que fazer
Suas mãos não se tocavam mais
Seu carinho virou rotineiro e seus passos davam sempre no mesmo lugar
Ele ficou parado, seus pés... parados, suas mãos... paradas, seu amor... não existia mais
Não havia nada naquele coração seco, murcho
Ele o foi secando aos poucos, precisou de ausências, tristezas e orgulhos acumulados durante alguns poucos anos
Ele teve o orgulho guardado no peito e o alimentou com sua paixão
Ela permaneceu calada e se afastou aos poucos, enxugando as lágrimas com o coração 
Não perceberam que as palavras que não haviam sido ditas, mesmo que nos momentos errados, foram como esponjas que acumulavam dentro do corpo, sugando a alegria de amar um ao outro
E, no final de tudo, restou apenas a lembrança, com um gosto amargo que fazia embrulhar o estômago, dividida nas várias esponjas que foram jogadas fora naquele momento
No único momento em que os braços dela realmente serviram para alguma coisa


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