segunda-feira, 12 de março de 2012

Ela o empurrou e o encarou. Não era mais o mesmo
Não eram os mesmos.
Os erros mudaram... A felicidade também mudou
O olhar cerrou para as coisas simples
E o sorriso amarelou aos poucos, até deixar transparecer a infelicidade
Ela o empurrou mas não tinha propósito
Não tinha o que fazer com aqueles braços soltos que não sabiam como abraçar
Então empurrou
Ele a olhou... não soube o que fazer
Suas mãos não se tocavam mais
Seu carinho virou rotineiro e seus passos davam sempre no mesmo lugar
Ele ficou parado, seus pés... parados, suas mãos... paradas, seu amor... não existia mais
Não havia nada naquele coração seco, murcho
Ele o foi secando aos poucos, precisou de ausências, tristezas e orgulhos acumulados durante alguns poucos anos
Ele teve o orgulho guardado no peito e o alimentou com sua paixão
Ela permaneceu calada e se afastou aos poucos, enxugando as lágrimas com o coração 
Não perceberam que as palavras que não haviam sido ditas, mesmo que nos momentos errados, foram como esponjas que acumulavam dentro do corpo, sugando a alegria de amar um ao outro
E, no final de tudo, restou apenas a lembrança, com um gosto amargo que fazia embrulhar o estômago, dividida nas várias esponjas que foram jogadas fora naquele momento
No único momento em que os braços dela realmente serviram para alguma coisa


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

o preto que colore a foto
que me esconde o rosto
que te mostra claro
que contrasta o branco
que, monocromaticamente
une cor com nada
e forma um tudo lindo

quinta-feira, 23 de junho de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

(DE)generation!

Seremos o futuro da nação
A geração desinibida
Sem esperança
Sem compaixão
Geração alucinada
Lúgubre e desesperada
Geração podre
Desiludida
A geração que vive
Sempre perdida
Cheia de informação
Bebendo da indiferença
E vomitando solidão

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

"Serei, disse que sim e pronto! Serei!"
Ela gritou ao vento, da janela do quarto da casa, do segundo andar. Mocinha rica, bonita moça, menina do campo; não quis ficar.
O pai ouviu, não quis saber. A mãe se viu desesperada aos dezesseis, voltou no tempo.
"tac tac tac tac"
Os sapatinhos de garota, da menina moça, descendo do segundo andar. Os olhos fúlgidos; perdidos no futuro palpável. As mãos tenras na bolsinha azul, com dinheiro para ir pro sul.
Foi-se a garota, menina ingênua, jovial.
A mãe chorava, estérica, nada fez. O pai morreu, mas há muito que morreu, por dentro ele se foi, então só não sentiu.
"vruum vrum vruuum"
Corria o carro, ela corria, a cidade inteira em seus olhos se perdia.
A alma jovem, a rara jóia, a que seria; se foi e perdeu.
Da janela do quarto do apartamento, do décimo quinto andar do prédio, ela gritou.
Ela gritou e ninguém ouviu.
Chorava a moça, desesperou. Se viu na mãe, não suportou.
Voltou à janela e não mais gritou.
Viu seu reflexo e pulou.
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